Ontem tornei-me oficialmente naquilo que qualquer mafioso de meia-tigela ambiciona ser: Padrinho! Vou ter alguém que me beije a mão, me peça a benção e uma Playstation pelo Natal!
Mas para que tal acontecesse, a paróquia exigiu que pais e padrinhos participem em três reuniões preparatórias. Uma espécie de revisão da matéria dada do Catolicismo.
Como Católico praticante que fui, com provas dadas na Primeira Comunhão e na Profissão de Fé, abandonei o caminho a meio, não chegando ao Crisma. Segundo a senhora que presidia às reuniões, foi como deixar uma licenciatura a meio. Enfim, cheguei à conclusão que o mercado de trabalho não ligava muito à religião e não era por isso que ia receber mais 100 ou 200 contos no fim do mês.
No entanto, as reuniões agradaram-me bastante. Relembrei coisas que há muito não ouvia, mas, sobretudo, aprendi imenso! Vou aqui sintetizar os ensinamentos que colhi destas reuniões proveitosas:
- S. Paulo escrevia umas cartas muito bonitas (isto segundo a própria senhora que presidia às reuniões. Não tenho razões para duvidar dela);
- Jesus Cristo era filho único (sim, porque se Maria tivesse tido outro filho e continuasse a teimar que era virgem, não sei por quanto tempo mais conseguiria convencer as pessoas);
- Jesus serviu pão e vinho na Última Ceia, porque o pão é a base da alimentação e o vinho era o que se bebia mais na altura (além disso, parece que Jesus já não ia ao Alentejo há uns tempos e não tinha em casa nenhum queijinho seco ou um paio de porco preto);
- Os padres quando são ordenados, untam-lhes as mãos com óleo, porque eles fazem tudo com as mãos (por incrível que isto possa parecer, alguns deles até se limpam com as mãos no final da defecação!)
- Os padres não casam porque não querem, porque o celibato é disciplina, não é a palavra de Jesus (ou seja, Jesus não disse que era proibido conviver com mulheres! Isso foi algum Papa que se lembrou que seria engraçado passar a vida armazenar esperma nos túbaros!);
- Missa é coisa do antigamente; agora diz-se Eucaristia (se alguém diz que vai à missa, arrisca-se a ser considerado, no mínimo, desactualizado. Agora diz-se "Vou à Eucaristia escutar a Palavra").
- Os sacramentos continuam os mesmos, mas agora têm outros nomes: Reconciliação em vez de Confissão, Eucaristia em vez de Comunhão, Unção dos doentes em vez de Extrema Unção.
Continuo sem perceber quando é que o exorcismo sobe de divisão e passa a jogar na mesma liga que os sacramentos. Hoje em dia são mais os casos de exorcismo do que de ordenação de padres, por exemplo. Acho que já era altura!
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