segunda-feira, novembro 27, 2006

Protocolos inúteis da sociedade - parte II

Outro protocolo que me faz bastante espécie é aquele da prova do vinho nos restaurantes finos (ou pseudo-finos!). Um gajo pede um vinho, qualquer que ele seja, é indiferente, e lá vem o empregado, abre a garrafa, às vezes com uma certa falta de jeito, verte dois dedos de vinho no copo e ali fica, com a garrafa na mão, em pé, junto à mesa, a contar os segundos que passam entre ele acabar de sujar o copo e eu levá-lo à boca.
Claro que uma pessoa sente que tem de fazer a sua parte, provar o raio do vinho e dizer: "Que belo vinho!! Nham, nham!!". Depois o empregado acaba de encher o copo e, finalmente, vai à sua vida.

Sugestões para uma próxima vez:
- fingir que não se percebe nada de protocolos da sociedade e deixar o empregado à espera eternamente (ou até ele começar a tossir para chamar a atenção);
- provar o vinho, mas exigir uma pia de metal não alcalino, com exactamente 8 cm de profundidade e 19 cm de diâmetro, para cuspir a amostra;
- igual à anterior, mas explicar o que pretendemos já com o vinho na boca;
- cuspir o vinho para o chão (ou para os pés do empregado) gritando: «Quer me envenenar ou quê, catano?! Traga-me já o livro de reclamações!!»;
- bochechar e gargarejar durante 5 minutos, antes de anunciar o veredicto;
- fazer o empregado abrir a garrafa, provar, torcer o nariz e dizer: «Pensando bem, se calhar vou antes querer um leitinho morno».

Vá...toca lá a animar os vossos jantares com uma destas sugestões!

P.S.: para os mais radicais, experimentem pedir uma mousse de manga para sobremesa e façam como na penúltima sugestão, mas de preferência com a boca bem cheia!

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