No último Sábado deu o The Green Mile, esse belo filme! Longo...mas bom! Vi apenas um pequeno excerto, suficiente para me relembrar a primeira vez que o vi. Nesse pequeno excerto, os guardas prisionais estavam prontos para executar o Índio. Sentaram-no, depois de lhe raparem o cabelo no alto da cabeça, meteram-lhe a esponjinha molhada na careca, meteram-lhe o "capacete" e mandaram iniciar a última fase: a fase do choque que iria electrocutar o condenado.
O Índio estrebucha durante uns segundos. Mandam parar a descarga eléctrica. Há um médico que se chega ao Índio e lhe escuta o coração com um estetoscópio. O coração ainda dá sinal. "Again", diz o guarda. Mais uma descarga percorre o corpo do Índio, deixando-o bem morto desta vez.
E é neste último parágrafo que quero pegar para vos contar a minha associação de ideias:
ontem, depois de realizar uma pequena escultura em barro moldável sobre porcelana branca, despejei o autoclismo e senti-me precisamente como o guarda prisional que observa o condenado a cumprir a sua pena. Primeira descarga. O olhar prega-se no fundo do fosso, enquanto as águas se agitam, turbulentas. A expectativa aumenta, à medida que o fluxo de água diminui. Pára a descarga! Depois senti-me o médico com o estetoscópio, mas eu apenas usei a vista. Abanei a cabeça negativamente. Depressa retomei o papel do guarda prisional e gritei: "Again!". Mudei de novo de papel, agora sou o guarda prisional que, mais uma vez, acciona o mecanismo de descarga. Pimba! Toma lá mais 10.000 mililitros de água!
O condenado foi-se... baixo-lhe a tampa do caixão, lavo as mãos e vou chorar baixinho para o meu quarto, quase arrependido da crueldade diária que sou obrigado a cumprir. Está bem que é merda...mas é nossa!!
quarta-feira, novembro 15, 2006
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