Tal como a grande minoria dos portugueses, hoje fui exercer o meu direito de voto e manifestar a minha opinião no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Ao dobrar o papel em quatro, quando me dirigia para a urna onde iria depositar o meu voto, passou-me o seguinte pensamento pela cabeça:
«Agora chego ali à urna, meto lá o papel e digo "A ver se desta vez me sai alguma coisa! Tenho participado sempre! Venho aqui, preencho o cupão, mas depois nunca me sai nada! Desta vez qual é o prémio, mesmo?!"».
Ao mesmo tempo que maquinava este cenário absurdo, os meus lábios esboçavam um sorriso de satisfação e gozo. E foi com esse ar que encarei a presidente da mesa e depositei o meu voto na urna. Sem saber porque me ria, a senhora limitou-se a olhar para mim e a sorrir também, com um ar um tanto ou quanto desconfiado.
Pela cabeça dela deve ter passado este pensamento: «Estes jovens só vêm aqui para fazer patifarias! Este sacana deve ter feito merda aqui no boletim de voto, pela maneira orgulhosa como sorria!! Ah, malandreco!!».
domingo, fevereiro 11, 2007
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